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domingo, 19 de julho de 2009

-absence-

Eu não sei como explicar o que se passa por dentro de um ser humano. A parte mecânica todos sabem, mas há elementos que não formam um padrão de uma pessoa para outra. A falta que você me faz, é um deles. Me corrói por dentro, me desistimula por fora. Meu cérebro já não consegue processar informações na velocidade que é o normal. Minha respiração não completa todo o metabolismo necessário dentro do meu corpo. Eu me transformo em uma simples carne trêmula, uma presa fácil, distraída, sem noção alguma do que se passa. Até o mais simples cálculo matemático vira logarítmo, conjugo substântivos, procuro entender as células de uma rocha. Tudo vira de cabeça para baixo. Parece até que perco a imunidade. Onde estás? Não, não sei se gostaria de saber, na verdade, nem um lugar que não seja ao meu lado me importaria em saber. Eu preciso de você como um coração precisa de uma batida, como uma mentira precisa de fundamentos, como um verão precisa de um sol. A noite se torna mais fria, mais escura, mais sombria. Talvez alguém pudesse arrancar minha cabeça para poder estudá-la mais detalhadamente, pois tudo encontra-se em um distúrbio perfeito da realidade. Você não sai, não sai, não sai, não sai, não sai [...] da minha cabeça.
A.F.P.