Está tudo estranho. Meu satélite pessoal está fora de órbita. Vulgo-o coração. Está tudo frio, congelando, amortecendo as funções básicas, mas não a principal, amar você. Eu tentei, eu tento, te esquecer, mas seria a mesma tentativa de adoçar o oceano, ou tingir de vermelho, o azul do céu. Um livro precisa de uma capa. Uma flor precisa de pétalas. Um quebra-cabeça precisa de todas as peças. Eu preciso da minha peça, da minha pétala, da minha capa, para encaixar ao formato do buraco no meu satélite. Para encaixar no buraco que você deixou. Não há outra coisa que possa preencher; podem até ser feitos curativos, ataduras, implantes, mas nada vai ser compatível ao lugar que está reservado pra você. Eu já não sei o que fazer, sinto que vou surtar, meu satélite está vagando sem direção, bate, bate, revira, e volta, mas sempre, com sua órbita ao redor de você.
A.F.P.
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