Olho pela vidraça. Já não sei mais diferenciar o que está embaçado e úmido, ela, ou meus olhos. O mundo é uma imensidão, que fica girando, e girando, e não consigo acompanhar essa velocidade, essas mudanças, alguém pare! Terra, pare! Eu quero descer! Porque aquilo que lhe faz sorrir, é o mesmo que lhe faz chorar? É difícil aceitar, que os planos de transformar 'eu' e 'você' em 'nós', não foram suficientes. Em uma fração de segundo, em um pisque de olhos, tudo muda, tudo se transforma. É suficiente respirar? Nada faz sentido, o cérebro fica náufrago dentro do mar de dúvidas, perguntas, questionamentos, indecisões, inconformidades. É suficiente amar? Tudo parece um poço, com suas paredes cedendo, quanto mais se tenta chegar ao topo, mais ao fundo chega. Não sei, perco o sono, perco a fala, perco o ânimo, perco as habilidades naturais humanas. Não quero acordar, prefiro não, enquanto durmo, tenho você. Enquanto sonho, somos nós. Enquanto sonho, meu futuro faz parte do seu. Mas então, eu acordo, e percebo que tudo não passa de um 'eu' e um outro 'você', em mundos distantes. O que está acontecendo? Eu, eu, não consigo achar outras palavras quando se trata de você, a não ser: amo você.
A.F.P.
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