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domingo, 3 de outubro de 2010

-pulse-

Uma única lágrima escorre pelo canto do olho fechado. Uma única lágrima carregando toda a dor que esteve exilada em um canto dentro de mim. Eu quero gritar. Eu quero correr. Mas não consigo mexer meus pés. Mal consigo controlar minha respiração. Isso rasga meu peito, suga minha voz, devora meu equilíbrio. Queria eu ter a força dos planetas, de passarem séculos a girar, sem parar uma única vez. Queria eu ter a persistência da Lua, de nunca desistir de estar ao lado da Terra, independente do quanto girem em direções opostas. Queria eu ter a capacidade de simplesmente viver, simplesmente e -unicamente- viver. Sem preocupar-me com o mundo ao redor. Afinal, qual a lógica de se importar? Ele não vai parar para se importar comigo ou com você. Aconteça o que acontecer, ele continua forte. Continua girando. Continua seu curso. Não foge do que foi estabelecido para ele. É assim que tem que ser. Com tudo. Ou deveria. Suponho eu, que de todas as descobertas que o homem é capaz de fazer, a única que continuará sempre sendo um mistério será sua própria existência, sua essência. De que é feito o homem? De que é feito o coração do homem? De que é feito o sangue que pulsa para dentro do coração do homem? De que são feitos os sentimentos que correm no sangue que pulsa para dentro do coração do homem? Quanto isso tudo vale? Vale algo? De que vale o homem sem os sentimentos que correm no sangue que pulsa para dentro de seu coração? ... Quanto vale ser um homem?
A.F.P.

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