Pages

sábado, 5 de dezembro de 2009

-doubt-

Eu costumava não ter medo, até o dia em que eu vi que você não estaria mais lá, por mim. Foi então que eu aprendi as diversas formas, cores e sabores do medo. A partir daí, que eu aprendi como é a vida, como ela funciona, o que tem e não tem fim. Coisas que nenhum professor seria capaz de explicar em suas aulas teóricas de biologia. Eu não entendo por que, mas nenhum professor de português havia ensinado o gosto das palavras, ou a dor que estas causam. Que porra eles fazem em uma sala de aula? Eu não conhecia a dor, até que a palavra 'adeus' pronunciada por sua boca, ecoou por dentro do meu coração; foi como um ácido, uma combinação perfeita que provavelmente você não aprenderá em nenhuma aula de química orgânica, uma combinação capaz de sucumbir em cinzas todos os sentimentos que você construiu ao longo do tempo. Combinação esta, capaz de por em dúvida todas as suas crenças, tudo o que você achava que conhecia, tudo o que você achava que não mudaria. Eu tive que aprender, do jeito mais difícil; eu tive que perder muito tempo aprendendo a sobreviver. Aprendendo que ninguém é capaz de controlar algo, muito menos alguém. Tudo torna-se abstrato, subjetivo, sem qualquer consistência material. Eu costumava não me sentir desesperado, até o dia em que vi -aquele- olhar desviar de mim, e ir em direção a um caminho que eu não fazia mais parte, fazendo meus medos até então desconhecidos, tomarem conta, trazendo à tona todos os meus demônios pessoais, me mostrando como é sentir o gosto da morte. Eu costumava não acreditar em anjos, até o dia em que eu me apaixonei por um.
A.F.P.

1 comentários:

Brubs Cabett disse...

lan *-*
pensa que assim, o que passou, PASSOU, agora, vida nova. Não fica se lamentando por ai porque pode ser motivo da pessoa se gabar...

<3LAN.